pela
janela do trem
observo
a garoa,
recordação
distante de mim mesmo;
do
quanto estou só e ninguém sabe,
do
quanto eu já chorei e ninguém notou...
eu
sempre levava comigo essa culpa:
não
saber amar como os gregos amavam a sabedoria,
hoje
eu sei (e isso aprendi olhando a garoa)
que
saber amar é paz madura
e
eu ainda preciso me despojar
para
chegar até mim mesmo,
no
esmo da noite ou do dia.
eis
que meu peito silencia
quando
constato essa etapa em que me encontro
sirvo-me
do amor e da procura
e
aguardo, passivamente, a tempestade...
possivelmente
ela virá
em
minhas lembranças ou sobre as retinas,
sobre
as úmidas retinas
do
espelho, que reproduzem a miragem desse amor,
desse
amor triste e condicional
(como
certos tipos de liberdade segundo a justiça)
e eis
que vejo pensando e sentindo tudo isso
sem
que o passageiro ao meu lado imagine...
talvez,
aos olhos dele, o mais importante seja a garoa...
2 comments:
Sempre me identifico com as suas poesias! Obrigada! Isso faz com que eu não me sinta tão só! Parabéns! Elas são lindas!
Oi Mari, obrigado pelo carinho de seu comentário. "Se tantas pessoas se setem sós, é egoísmo continuar sozinho" Tenesee Willians
Post a Comment