22 August, 2013

MESES SE PASSARAM


Meses se passaram e a sombra ainda permanece.
Em cada canto da rua, ela se revela sinuosa.
E eu sigo atrás, tentando reaver o que você era.

Mas o que encontro é simplesmente um espectro
Das esperanças que eu cultivava em minha alma...

Fui adiante, fiz meu caminho entre outras rotas,
Enlacei-me em lençóis de ferro e de erro, mas
Continuo dormindo só e pensando no que seria.
No que haveria nos Domingos que não ocorreram.

Sinto que é saudade, e aceito – resignado – a lembrança.
Enquanto meus olhos formulam um pranto provisório.

Hei de chorar? Não sei. Hei de morrer dessa dor? Acho que não.
Mas não posso, de maneira alguma, evitar essa lembrança.
Porque ela ainda constrói um pedaço do que quero ser...

11 August, 2013

O VENTO SOPRAVA EM MINHA VIDA



O vento soprava em minha vida,
levava embora a noite e o dia,
meus olhos, minha alegria.
O vento levava embora tudo o que via.

E tudo o que o vento via, era ou fazia
Parte de minha vida, era o que sou.
(E o que seria). O vento levou meu amor,
Meu tédio, me fez respirar o que eu vivia.

O vento soprava em minha vida.
As vezes eu não percebia quando o vento soprava
Ou quando sumia. Eu só sentia
O vento levando minhas palavras, minha poesia.

O vento levava embora (em boa hora)
As lágrimas que eu vertia, a flor que esmorecia,
levava embora (em boa hora) o dia sem aurora.
O vento só não levava embora o hoje e o agora.

O vento soprava em minha vida
E levava embora até a despedida,
O olhar marejado, parado,
Olhando a flor que sumia.

04 August, 2013

TEU CORPO É UM ABISMO



Teu corpo é um abismo,
ou algo mais forte do que isso...
Motivo do meu desencanto,
do meu riso.

Rejeito, sabendo que preciso.
Almejo, esquecendo o risco.