30 January, 2006

MAR-RITMO

MAR-RITMO

As últimas mensagens do tempo chegam em garrafas, boiando no oceano.
E avisam que o mundo ainda é real.
As respostas que antes sabíamos
hoje parecem dúvidas
naufragadas na memória.
O mar inconsistente de nossas verdades
leva para longe essas respostas,
fazendo-as boiar.

26 January, 2006

EU GOSTO DELA

EU GOSTO DELA

O relógio pulsa na parede ao ritmo do amor.
Tanto tempo de espera e de canções sem rumo.
Tanto tempo entre as estrelas, entre uma manhã e outra.
Estou alegre por senti-la em mim.
Porque ela cintila em mim.
E eu?
Eu gosto dela.
E essa verdade estampa os meus olhos.

O ruído vem lá de longe, o ruído quase não vem.
Eu ouço, eu ouço e eu amo.
É a voz dela que vem.
Estou alegre por ouvi-la assim.
Estou alegre por que a ouço em mim
Como uma certeza.
Eu gosto dela.
E essa certeza me traz canções.
E essa certeza me faz dormir.

17 January, 2006

PERTO DA PAZ

PERTO DA PAZ

Outro amanhecer nas linhas do tempo,
outra passagem para o mar.
Logo,outros elementos da vida estarão perto,
ao alcance da memória.
Perto da paz.

Eu vejo Deus na chuva inédita da noite,
movimentando o ar.
Bem perto do momento.
Certezas como essa virão
do mais profundo e cálido horizonte.
Perto da paz, entre os faróis.

Eu vejo, entre os faróis,
a vida pedir pressa...a pressa pedir paz.

O milagre de estar vivo é pulsar outras certezas que,
mesmo a fome, não pode levar.
Certezas como as do horizonte,
que moram tão perto.
Perto da paz.

Sobre essa montanha,
sobre as paredes do tempo,
mora a memória ...
perto da paz,
da paz desses faróis,
da pressa dessa paz.

CANÇÃO SOLITÁRIA

CANÇÃO SOLITÁRIA

Velhos sonhos sobre a mesa do café.
Uma estrada em mil pedaços sobre a minha cama.
Nada traz as certezas que quero ou as verdades que preciso.
Apenas as paredes brancas do meu quarto sabem que estou só.
Sabem do meu passado
e da vergonha que eu sinto só de lembrar que estou só.

13 January, 2006

LEMBRANÇA DOS DIAS

LEMBRANÇA DOS DIAS

Dias em que a neve que cai é mais um desperdício da vida.
Dias em que a chuva parece não arder tanto quanto o tempo.
Dias em que mesmo a esperança parece dormir no peito de quem ama.

Eu já tinha noção de que seria assim:
idéia exata que vão faltar lembranças
para todo o quadro que eu pintar.
Cores do amanhecer sobre minha janela.

(as tintas que uso se espalham sobre estradas nítidas,
caminhões sem forma que espalham lixo sobre os litorais)

O instante é que anda poluído de reuniões,
desencontros , informações mal geridas.
Eu apenas faço parte dessa roda que movimenta a vida,
caleidoscópio que extravasa.
Guardo todas as palavras no bolso,
as mais claras me enfeitarão...
Sou donatário de alguns semblantes,
de quimeras voláteis
com as quais sustento meu vício –
salvar os leões de prata
do zoológico que eu cultivei.

Tem dias em que esse meu surrealismo não dá conta das contradições.
Aí sim é que eu passo a ser normal
como um grito
entorpecendo o chão.

12 January, 2006

ESQUECENDO ESTRELAS

AI VAI O PRIMEIRO POEMA, CHAMA-SE ESQUECENDO ESTRELAS:

Chuva intermitente sobre a cidade,
chuva interminável em meus olhos.

Saio por aí respirando um tema
e tamborilando um samba.
Caminhando sem rumo ou certeza
pela selva de bronze.
Sou um vago e inerte ser,
em busca de qualquer felicidade
ao Sul do Equador
e dos momentos.

A noite me arrasta e eu vou
até o extremo dos meus sonhos.
O dia me arrasta e eu vou, sinteticamente,
guardando suas cores em meus olhos.
Passeando de trem pelas idéias
que se bifurcam no horizonte
da cidade extrema.
(Extremamente externa,
eternamente extrema.)

Vou por esse trem, viajando e vagando,
esquecendo estrelas...



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MAIS UMA VEZ...

HOJE UE COMEÇO OUTRO BLOG, DESSA VEZ UM COM POESIAS, ACHO QUE AGORA VAI.