31 March, 2006

A DÚVIDA

A DÚVIDA

Não consigo atravessar o silêncio e expor a alma ao convívio.
O ventre aberto do tempo mede cada passo meu e eu não posso recusar este pedido: retidão.
Principalmente quando tudo aqui fora explode em tumulto.

Abreviar a jornada do pensamento e poder dormir...
Abreviar, com doses de certeza, a dúvida e as flores do olhar.
Poder ter calma, principalmente quando o caminho se desfez.
E os pés ainda estão lá, marchando e renascendo...

Sempre, e com mais força, dissolver o labirinto incólume do engano.
Poder expor -sereno e justo- o olhar, mesmo que a paisagem suma.
E, entre uma e outra lua, poder amanhecer os olhos.
E acordar com estrelas dentro dele.