LÁGRIMAS DA ALMA
Hei de voltar a mim, olhar no espelho
e ver que os olhos não choram
e o coração não pulsa
a mesma sinfonia de outrora.
Hei de voltar a mim e sentir de novo
a penetração da flecha,
o ruído tácito das lágrimas;
das lágrimas da alma.
Hei de sentir em mim a mesma dor-
absurda e séria -do passado.
Chorarei igual a um violão,
que toca as tristes notas de um tempo.
E assim, somente assim, poderei
dizer que o amor é cego;
pois ele não me alcança
mesmo quando eu me aproximo.