14 March, 2006

LÁGRIMAS DA ALMA

LÁGRIMAS DA ALMA

Hei de voltar a mim, olhar no espelho
e ver que os olhos não choram
e o coração não pulsa
a mesma sinfonia de outrora.

Hei de voltar a mim e sentir de novo
a penetração da flecha,
o ruído tácito das lágrimas;
das lágrimas da alma.

Hei de sentir em mim a mesma dor-
absurda e séria -do passado.
Chorarei igual a um violão,
que toca as tristes notas de um tempo.

E assim, somente assim, poderei
dizer que o amor é cego;
pois ele não me alcança
mesmo quando eu me aproximo.