Os burgueses almoçam
Os cozinheiros não comem
Tenho fome de amor
E a terra tem sede.
Há guerra em fronteiras
Bugueses se servem
De lautos banquetes
Bocas e dentes
Pele, coração e alma.
Tudo se serve na mesa
Na mesa de um mundo tão louco
Há sempre quem queira
Mais um pedaço de pouco
Mas há guerra em fronteiras
E toda a alimentação serve aos soldados.
Porém, os soldados não comem.
Os cães dos soldados se refestelam
Os filhotes desses cães comem soldados.
Tudo se serve na mesa
Na mesa de um mundo tão louco
Mundo em que os burgueses almoçam
Aquilo que os cozinheiros não comem
Carne de alma, carne de gente.
Banquete.