21 October, 2007

ESPERANDO POR ELA

ESPERANDO POR ELA

Relógio no bolso, passo apertado.
Lua sem sombra.

São quase sete e o meu ônibus não chega.

Motorista, toca em frente.
Não posso esperar.
Se eu não chegar a tempo
Nunca mais eu vou chegar.

Ela já deve estar na praça,
trazendo lírios nas suas duas mãos.
Enquanto eu me aperto
na condução, no meio de gente
que não têm amor.

Deve estar chovendo.
Provavelmente nevará
Se eu não conseguir chegar.

Mas o trânsito empaca outra vez.
No meio da noite que eu sempre quis.
Eu queria passar por cima do acidente.
Para, finalmente, eu poder chegar.

Deve estar nevando.
Provavelmente congelará
Se eu não tiver tempo para chegar.

14 October, 2007

A DANÇA

A DANÇA

Contratempo como contraponto.
Um balé de moscas
sobre o abajur.