22 August, 2013

MESES SE PASSARAM


Meses se passaram e a sombra ainda permanece.
Em cada canto da rua, ela se revela sinuosa.
E eu sigo atrás, tentando reaver o que você era.

Mas o que encontro é simplesmente um espectro
Das esperanças que eu cultivava em minha alma...

Fui adiante, fiz meu caminho entre outras rotas,
Enlacei-me em lençóis de ferro e de erro, mas
Continuo dormindo só e pensando no que seria.
No que haveria nos Domingos que não ocorreram.

Sinto que é saudade, e aceito – resignado – a lembrança.
Enquanto meus olhos formulam um pranto provisório.

Hei de chorar? Não sei. Hei de morrer dessa dor? Acho que não.
Mas não posso, de maneira alguma, evitar essa lembrança.
Porque ela ainda constrói um pedaço do que quero ser...