15 December, 2010

EDUCAÇÃO EM SÃO PAULO: CONSIDERAÇÕES PARA UM EVENTUAL APOCALIPSE

EDUCAÇÃO EM SÃO PAULO: CONSIDERAÇÕES PARA UM EVENTUAL APOCALIPSE

A educação no estado de São Paulo apresenta atualmente quatro cenários distintos, porém articulados entre si: aprovação automática, expansão de escolas técnicas, crescimento das universidades privadas e degradação nos recursos de pesquisa das universidades públicas. Todavia, essa articulação não acontece em um contexto de excelência da educação, pelo contrario; verifica-se  nos quatro casos sintomas de piora na qualidade de educação, que pode comprometer vários aspectos da economia e até mesmo nos indicadores sociais da saúde e outros.

Se,todos os anos, milhares de alunos concluem seus estudos apresentado dificuldades em leitura, escrita e matemática, é obvio afirmar que  muitos deles provavelmente desconhecem regras de higiene e educação sexual. Dessa maneira, é possível supor que - futuramente - problemas de saúde relacionados á falta de higiene e problemas relacionados á uma eventual explosão demográfica poderão ocorrer com mais intensidade, do mesmo modo que a formação de mão-de-obra por faculdades privadas de qualidade duvidosa e escolas técnicas poderia gerar gargalos em setores que demandariam melhor qualificação acadêmica, como no caso das altas técnologias. Nesse caso, outro risco: a defasagem técnologia, por sua vez, criaria atrasos na economia do estado. A crescente degradação nos recursos e materiais de pesquisa das universidades públicas também contribuiria para esse possível contexto de defasagem, uma vez que pesquisas ficariam prejudicadas ou inviabilizadas.Isso pra citar  algumas questões que não são muito interessantes para governantes no Brasil.

É possível  também citar os impactos naquilo que é mais importante para os capitalistas, naquilo que eles se escoram para defender o modelo: a disponibilidade de mercadorias para o consumo das pessoas.

Há que se concordar que, com tecnologias defasadas, os produtos disponíveis serão de pior qualidade e, até mesmo em menor quantidade. Além disso, certos produtos, por mais que tenham facilidades de financiamento, são acessíveis pra quem dispõe de uma remuneração  ligeriamente mais elevada, que só é possível para quem possui certa formação escolar.

Colocadas essas questões, fica a pergunta: se, com esse contexto educacional já bastante defasado, porque os impactos á economia e ao social não são sentidos nesse exato momento? Pois bem, a resposta é bastante elementar: ainda há um saldo dos ultimos dez ou vinte anos, onde se tinha uma educação que, embora não fosse o ideal, ainda garantia elementos para o desenvolvimento economico e social do estado. Provavelmente, os efeitos dessa política educacional recente só serão sentidos daqui a vinte ou trinta anos. Um apocalipse, que diferentemente do biblico, pode ser evitado.