A
primavera costura
sua
primeira rosa,
através
das rotas
de
um sonho,
a
vejo chegar e partir
com
a mesma precisão
de
aliança, em casamento
com
as horas da alma,
pelas
portas, pelas janelas,
sobre
a pele, entre os pelos,
a
vejo fluir (duramente)
como
água que não se conhece.
Eis
que adentro meu sonho
e nele
sinto a primavera,
tudo
o que haveria nela,
se
eu não fosse o que sou.
E
tudo o que haveria em mim
se,
um dia, eu pudesse
ser
essa primavera fria
que,
entre lama e asfalto, se aloja.