a olhar por dentro dos olhos
e descobrir a claridade da manhã.
A
noite gira em falso
e
as estrelas morrem rapidamente,eu vislumbro apenas a manhã;
a manhã dos vermes e dos minerais.
A rua se move por baixo da noite,
e a tempestade chega.
Resta-nos a mensagem que ela traz de longe,
resta-nos a origem e a distância;
apenas
o amor procria margens
no
subsolo amarelo do espelho,não há escapatória para as sombras,
há somente a lua escapando entre as vielas,
há ratos de lixo nos bueiros
e os postes são de amianto.
Estou
disposto a enfrentar a tempestade,
entretanto
a tempestade não se apronta. Preciso tirá-la de mim, se quero realmente enfrenta-la,
preciso recriá-la como maré, ave ou lua,
preciso recriá-la para, enfim, tirar de mim o que ela não é.
A
noite gira em falso, caí de algum prédio no horizonte,
mas
só eu vejo a caindo a conta-gotas, gota a gota;em rota similar a um descongestionante.
A
rua se move por baixo da noite,
como
pernas de medusa entre os lençóis, lençóis que abafam a tempestade,
quando não se afirma a morte do amor,
o
amor e suas margens
me
atravessam, sou espelho do que eles escondem
e, através das vielas, sigo a lua
nas estradas de ratos e amianto.
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