05 March, 2010

ARTIGO PARA "O DIA INTERNACIONAL DA MULHER"

(Este blog costuma publicar poemas de minha autoria. Entretanto hoje, abrirei uma exceção para colocar no ar um artigo, que tem a ver com a comemoração dessa semana: O Dia Internacional da Mulher. É uma reflexão meramente pessoal, com um ou outro dado histórico.)

POR UMA RELAÇÃO MENOS INFANTIL ENTRE OS GÊNEROS

Francisco Guilherme

As comemorações do Dia Internacional da Mulher tem origem em 1857 quando operarias de uma tecelagem de Nova Iorque foram queimadas após uma greve por melhores condições de trabalho. Em uma conferência na Dinamarca em 1910 a data da incineração das grevistas (dia 8 de Março) passa a ser considerada como Dia Internacional da Mulher. Todavia, a oficialização da data só aconteceu em 1975 com um decreto da ONU.

Questões históricas e políticas a parte, as conquistas das mulheres nos ultimos tempos podem ter trazido um ambiente de insegurança – por vezes ignorado ou menosprezado pelo lado feminino - para o lado masculino. Isso não se deve somente ao machismo que hoje, na opinião do autor, está ligeiramente reduzido. Desse progresso feminino nasce o impasse: as mulheres caminham em uma direção e os homens em direção oposta. Parece que nunca haverá um entendimento mútuo.

Quando se fala em entendimento mútuo, se vai muito mais além da questão afetiva e amorosa. Entra-se no campo do entendimento do que são as pessoas, de como conviver com os contrastes humanos.

Desde crianças homens e mulheres são educados para a segregação. Exemplo prático: pessoas que censuram seus filhos homens que brincam de “casinha” ou boneca com suas irmãs, sob a alegação de que existem “coisas para meninos” e “coisas para meninas”. Quando esses filhos crescem, levam essa segregação a níveis maiores em suas vidas, como a questão do “universo masculino” e “universo feminino”; maneiras estúpidas de demarcar territórios e impedir uma possível e bem vinda comunicação entre os genêros.

Há que se pensar: por um acaso, essas diferenças não são mais convenções sociais do que qualquer outra coisa? Do ponto de vista puramente biológico, a separação até se sustenta. Mas do ponto de vista filósofico, homens e mulheres são uma coisa só: humanidade, com todas as implicações que isso traz.

Objetivamente: como resolver os impasses entre o lado masculino e feminino? Talvez não haja resposta pronta para essa pergunta, mas algumas saídas podem ser tentadas. A mais óbvia e certamente a menos procurada é a comunicação.

Homens e mulheres precisam entrarem juntos na fase adulta dos relacionamentos humanos e deixarem de lado esses “segredinhos” entre os gêneros, mostrarem-se integralmente um ao outro, expressar dores, opniões; sem esperar o milagre da advinhação por parte do outro. Revelar inclusive os caminhos particulares que podem levar a um entendimento mútuo entre homens e mulheres. Certamente é um processo difícil, ainda mais porque ambos nunca tentaram fazer isso.

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