De teus lábios, de tua voz branca.
Sinto-me atado a ti como São Sebastião numa árvore.
Tenho
uma flecha no peito.
Tenho
uma flecha no ombro. Sou marcado pelas dores sem remédio.
Atiras
mais uma flecha enquanto grito
Sei
que ainda não vou morrer, mas a visão se enevoa, voam meus sentidos,
ouço teu riso...cada vez mais distante.
E
a noite cai.
Sinto que continuarei teu escravo em outro mundo.
Sinto que em breve meus braços estarão soltos
e eu poderei sentir sua pele, ampla e imaculada.
Ouvirei teu riso mais de perto,
no intervalo entre minha morte e o Juízo Final.
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